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Ana Gomes de Almeida
Revisto por:
Ana Gomes de Almeida
Sobre o Autor
Os anos de experiência da Ana a trabalhar para casas de apostas de renome, como a Betway e Casino Solverde, ensinaram-lhe tudo sobre o melhor e o pior das casas de apostas online. Desde que se juntou ao Aposta Legal, há 3 anos, que partilha a sua experiência com os nossos leitores, dando-lhes informação em primeira-mão sobre esta indústria.
Escrito por
Ricardo Gugel
Sobre o Autor
O Ricardo tem mais de 6 anos de experiência na produção review de produtos e serviços digitais. Na Aposta Legal, analisa e acompanha diariamente as marcas que disponibilizam apostas desportivas e casino, oferecendo uma perspectiva imparcial sobre a qualidade, segurança e transparência destes serviços.
Última Atualização
Há 43 dias
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7 das 20 Casas de Apostas Mais Procuradas Pelos Portugueses Não Têm Licença

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Portugueses Apostam Ilegalmente
7 das 20 Casas de Apostas Mais Procuradas Pelos Portugueses Não Têm Licença

Com o Decreto-Lei n.º 66/2015, que entrou em vigor em 29 de abril de 2015, Portugal aprovou o regime jurídico dos jogos e das apostas online.

Desde então, por lei, as atividades de controlo, fiscalização e supervisão da exploração e prática do jogo no país estão sob responsabilidade do Serviço de Regulação e Inspeção de Jogos (SRIJ).

No entanto, apesar dos esforços regulatórios realizados com o objetivo de aumentar a transparência e a segurança do setor de jogos e apostas online, ainda são muitas as casas que atuam ilegalmente no país.

Este cenário representa um desafio enorme para o SRIJ, que tem de fiscalizar e banir plataformas clandestinas para que, acima de tudo, os cidadãos estejam protegidos de fraudes.

É inegável que, ao longo dos últimos anos, o aumento da popularidade das apostas desportivas online tenham atraído a atenção até mesmo de pessoas que não tinham o hábito de apostar.

Recentemente, a equipa do Aposta Legal realizou um estudo para conhecer melhor o cenário da crescente popularização das apostas online.

Apesar dos esforços do SRIJ, a procura dos portugueses por plataformas sem licença vigente no país ainda é alta, muitas vezes até maior do que a procura por casas devidamente licenciadas.

A análise da nossa equipa levou em consideração o volume de pesquisas dos sites de jogos de azar e indicou que, das vinte casas de apostas mais procura, sete não contam com a devida licença para atuação em Portugal.

Como pode ser visto neste gráfico, em alguns casos como 22Bet, Bettilt, Leon Bet e MostBet, a quantidade de pesquisas é inclusive maior do que por casas que têm autorização, como 888, Luckia ou Golden Park.

Ainda assim, as primeiras oito casas de apostas mais procuradas têm licença, sendo o mercado liderado pela Betano (principalmente), Betclic e ESCOnline.

A partir do nono lugar, há quatro casas de apostas não licenciadas em Portugal, e a diferença no volume de pesquisa entre elas é pequena.

O que acaba por ser surpreendente é a representação que tem no mercado:

7 das 20 casas de apostas mais pesquisadas em Portugal, não contam com uma licença para operar.

CasaVolume de PesquisaLicença para Operar?
22Bet48.000Não
88819.600Sim
Luckia12.000Sim
Golden Park11.600Sim
Pokerstars11.000Sim
Betway5.500Sim
Nossa Aposta5.000Sim
LeBull1.700Sim

O nosso estudo foi ainda mais a fundo, e se compararmos o volume de pesquisa da plataforma ilegal 22Bet (na nona posição) com algumas plataformas legalizadas, é possível constatar que este volume de pesquisas é:

  • 2,4 vezes maior do que o da plataforma 888
  • 4 vezes maior do que o da casa Luckia
  • 28 vezes mais do que a plataforma LeBull

Antes de analisarmos o traffic share (em português, participação de tráfego) de algumas plataformas, é essencial explicar que o conceito se refere à proporção do tráfego total que um site recebe em comparação com outros sites dentro de um mesmo setor ou mercado.

No caso dos sites de apostas, o traffic share ajuda a medir a popularidade e a presença de cada um deles no mercado.

No contexto da pesquisa realizada por Aposta Legal, é possível observar que as plataformas regulamentadas têm um traffic share significativamente maior em relação às casas de apostas ilegais:

As casas licenciadas conseguem até 25% do tráfego total, as não licenciadas atraem apenas cerca de 3% da participação de tráfego.

No entanto, uma análise mais detalhada revela que algumas plataformas ilegais apresentam um traffic share superior ao de várias casas de apostas regulamentadas.

Um caso muito interessante apresentado pela nossa equipa do Aposta Legal é novamente a plataforma 22Bet, que, conforme apresentado no quadro a seguir, apresenta um traffic share maior do que o de 10 casas de apostas legais.

CasaTraffic Share (%)
22Bet0,86
Solverde0,78
Bwin0,75
Golden Park0,32
8880,26
LeBull0,18
Pokerstars0,15
Bacanaplay0.13
Nossa Aposta0,09
Luckia0,07
Betway~0

Uma explicação possível é que se trata de uma casa de apostas globalmente conhecida com forte presença online e com esforços centralizados em Portugal para atrair utilizadores do nosso país.

Algumas destas marcas têm utilizado influencers ou figuras públicas como forma de promoção e atração de mais jogadores, dificultando a visibilidade de casas legais ainda em crescimento.

Mas, é importante destacar que casos como o da plataforma 22Bet acabam por se tornar um perigo para aqueles utilizadores que não sabem dos riscos de apostar em sites não legalizados.

As casas operacionais são aquelas plataformas que permitem o acesso, o registo e as apostas de utilizadores que estão em território português.

Em contrapartida, as casas bloqueadas são aquelas plataformas que não permitem a interação de jogadores portugueses, tanto por bloqueio das próprias plataformas que não pretendem atuar de forma ilegal, quanto por determinação do SRIJ.

É possível observar que o volume de pesquisas máximo entre casas operacionais e casas bloqueadas apresenta uma diferença muito considerável.

Isto significa que apesar dos esforços do SRIJ existe ainda uma probabilidade elevada que um apostador português acabe numa casa ilegal, tendo em conta o número de casas sem licença operacionais.

Em relação a este aspecto, André Geada, CEO e cofundador do Aposta Legal, assinala que:

“As casas de apostas sem licença nem sempre dizem, de forma transparente, se aceitam portugueses e, aceitando, podem apoiar-se na lei portuguesa para não pagar a jogadores, uma vez que eles não se deviam ter registado em primeiro lugar: o jogador faz o registo e consegue jogar, tentando depois levantar os ganhos, mas a casa diz ‘não’ pois o jogador não está a cumprir com a legislação portuguesa e tecnicamente não devia ter feito esse registro. Nestes casos, aumenta naturalmente a falta de proteção e risco de jogar numa ilegal.”.

Para jogadores portugueses que optam por utilizar casas de apostas que não estão reguladas pela autoridade competente, existem vários riscos significativos.

Por um lado, os apostadores não têm proteção legal adequada, o que pode resultar na falta de garantias sobre a segurança de seus dados pessoais e financeiros ou mesmo de fecho inesperado de conta ou falta de pagamento.

Por outro lado, em caso de disputas ou problemas com o site, como fraude ou problemas técnicos, os jogadores não têm acesso a mecanismos de resolução de conflitos ou compensações previstas por lei, o que pode deixá-los vulneráveis.

Além disso, as casas de apostas ilegais não estão sujeitas às normas de proteção ao consumidor, o que pode levar a práticas abusivas, como a manipulação de odds ou a falta de transparência nas operações.

Sendo que as casas de apostas ilegais têm vindo a desenvolver diversas estratégias para driblar os bloqueios impostos pelo SRIJ, como criação de novos domínios ou uso de VPNs e Proxy Servers para esconder a localização real.

A regulamentação dos jogos e apostas online em Portugal está em vigor desde 2015.

No entanto, ainda existe uma quantidade considerável de plataformas que atuam de forma ilegal e dribla o olhar atento do SRIJ, o que indica que ainda tem muito trabalho pela frente.

Reforçando esta observação, o nosso estado revela que uma parcela significativa dos portugueses ainda procura plataformas sem licença.

Um facto que reflete a necessidade de maior conscientização dos utilizadores sobre os riscos envolvidos no uso de plataformas ilegais.

Para afastar utilizadores portugueses de plataformas ilegais, o mercado pode vir a conhecer novas estratégias como:

  • Novas campanhas de conscientização sobre os riscos de apostar em sites sem licença
  • Investimento em tecnologias de bloqueio
  • Parceria com organismos internacionais para melhorar o sistema de bloqueio geográfico
  • Aplicação de sanções mais rígidas que desincentivem a atividade ilega

Todas estas estratégias aplicadas em conjunto ao já trabalho contínuo realizado pelo SRIJ pode vir a proteger de forma mais eficaz os nossos apostadores.

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